Governo adia resolução de precatórios e foca em eleições, dizem economistas 

PLDO prevê que espaço para investimentos no orçamento será comprimido com o passar dos anos

A resolução do pagamento de precatórios é visto como fundamental pelo Planalto e analistas do mercado para dar mais fôlego ao Orçamento federal e evitar o estrangulamento das contas públicas nos próximos anos.

A problemática não é novidade, porém voltou ao centro do debate após a apresentação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026, na terça-feira (15).

A peça apontou para a redução drástica de verbas para a execução de políticas públicas, sobretudo a partir de 2027, quando as contas das dívidas judiciais da União voltarão ao cálculo do resultado primário e tirarão espaço dos gastos discricionários, os investimentos.

Gastos previstos no PLDO 2026

Despesas discricionárias cairão a 0,1% do PIB em 2029

Nesse intervalo, as despesas com sentenças judiciais e precatórios evoluem de R$ 50,7 bilhões em 2026 para R$ 60,6 bilhões em 2029, enquanto os gastos discricionários caem praticamente R$ 200 bilhões.

Apesar da urgência de soluções, a equipe econômica do Planalto nega haver propostas para manter os precatórios fora da meta fiscal após o ano que vem.

Economistas ouvidos pela CNN criticam a falta de ação do poder público e afirmam que o prazo para apresentar soluções já encerrou.

Na visão destes analistas, a demora também passa pelo cálculo político, sobretudo pela opção do Planalto priorizar a eleição de 2026 ante a solução do problema — que provavelmente passará por medidas com impacto negativo na avaliação do governo.

“Agora, o atual governo Lula não quer apontar soluções para 2027, porque ele está preocupado com a solução para 2026, que é um ano eleitoral”, observa Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.

“A inflação está subindo muito forte, as pesquisas de opinião mostram que está aumentando a fatia das pessoas que falam do governo como negativo. Então, o governo está mais preocupado em resolver alguns problemas para agora e não afetar a eleição, como aconteceu em 2022 com o governo Bolsonaro”, analisa.

Fonte: CNN Brasil

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