“Brasil perde confiança ao insistir em medidas temporárias”, diz estrategista

Em entrevista ao BMC News, Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, fez uma análise sobre o último relatório fiscal do governo, destacando revisões importantes nas receitas e despesas. Segundo Cruz, essas alterações no orçamento público têm implicações diretas na saúde financeira do Brasil, especialmente em um contexto de recuperação econômica.

Um dos pontos principais abordados por Cruz é o uso de receitas extraordinárias, como os leilões de petróleo e os dividendos da Petrobras, como ferramentas para fechar as contas do governo. “Essas receitas são temporárias e podem dar uma falsa sensação de segurança orçamentária”, explica. Ele alerta que essa estratégia pode esconder riscos fiscais significativos, que podem se tornar evidentes em um cenário de volatilidade econômica.

Cruz também discute os desafios que o governo enfrenta para alcançar a meta fiscal zero. Ele menciona que, apesar das boas intenções, a dependência de medidas temporárias pode comprometer a credibilidade do Brasil perante investidores e agências de rating. “O caminho para a estabilidade fiscal requer um planejamento de longo prazo e não apenas soluções paliativas”, enfatiza.

Credibilidade do Brasil é preocupação

A credibilidade do Brasil no mercado financeiro é uma preocupação central para Cruz. O especialista alerta que a estratégia fiscal atual, se não for acompanhada de um compromisso real com a responsabilidade fiscal, pode levar a uma desconfiança crescente entre investidores. Isso pode resultar em aumentos nas taxas de juros e uma maior dificuldade em atrair novos investimentos.

Em suma, o cenário fiscal brasileiro atual apresenta desafios complexos que exigem atenção cuidadosa. O uso de receitas extraordinárias pode fornecer alívio temporário, mas não resolve as questões estruturais subjacentes. A análise de Gustavo Cruz destaca a necessidade de um enfoque mais robusto e sustentável para a política fiscal, que garanta a estabilidade econômica a longo prazo.

Fonte: BMC

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