Alvo de operação, grupo Refit deve R$ 8,1 bilhões em impostos em SP

Refinaria Refit, do empresário Ricardo Magro, lidera ranking de devedores de impostos do estado de São Paulo

Alvo de uma operação da Polícia Civil paulista nesta sexta-feira (13/12), por suposto esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, o grupo da refinaria Refit (ex-Manguinhos), do empresário Ricardo Magro, lidera o ranking de devedores de impostos do estado de São Paulo.

Segundo a Procuradoria-Geral do Estado (PGE), a Refit acumula 134 débitos que somam R$ 8,1 bilhões. O valor é o dobro da segunda colocada do ranking, a operadora de telefonia TIM. Já a Fera Lubrificantes, companhia registrada em nome do pai e do avô de Magro e um dos alvos da investigação, acumula R$ 117,9 milhões em dívidas tributárias. Os dados foram atualizados em novembro deste ano.

Nesta sexta-feira, policiais do 10º DP (Penha) cumpriram mandados de busca e apreensão em seis endereços na capital paulista, em Guarulhos e Arujá, na Grande São Paulo, ligados às empresas do grupo controlado por Ricardo Magro.

A polícia investiga a suspeita de que o empresário utiliza uma série de empresas para sonegar ICMS em São Paulo, trazendo combustível mais barato de outro estado, além de lavar dinheiro e blindar seu patrimônio de eventuais confiscos, uma vez que suas companhias estão entre os maiores devedores do país.

Entre os alvos dos mandados de busca e apreensão estão duas empresas que seriam usadas para receber pagamentos dirigidos à Fera Lubrificantes. A apuração começou a partir de pagamentos feitos a empresas ligadas a Magro por um posto de gasolina na zona leste de São Paulo investigado por lavagem de dinheiro do crime organizado.

Ricardo Magro é um empresário influente no Rio de Janeiro. Amigo e ex-advogado do ex-deputado federal Eduardo Cunha, ele chegou a ser preso em 2016 acusado de desvios em fundos de pensão, mas posteriormente foi absolvido. Hoje, ele vive em Miami, nos Estados Unidos, enquanto a Refit responde a processos por sonegação fiscal. Magro nega as acusações.

O que diz Ricardo Magro

Ricardo Magro, por meio de sua assessoria, negou as acusações.

“Não há sonegação e todos os fatos serão esclarecidos na Justiça. É de se estranhar que várias empresas têm relações comerciais, mas há uma seletividade em relação a Ricardo Magro. Não bastasse isso, é de se estranhar também os interesses comerciais de concorrentes que agora dizem abastecer investigações supostamente isentas”, afirma o comunicado.

A nota também cita “uma clara campanha difamatória, citando casos que inclusive Ricardo Magro foi expressamente absolvido e denúncias arquivadas”.

Fonte: Metrópoles

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